Dizem que errar é humano e perdoar é divino... Perdoar a ação de alguém que, de alguma forma, nos ofendeu é algo tão difícil que o perdão parece ser uma tarefa para alguém que seja muito mais que simplesmente humano, praticamente um ser divino.
Shakespeare disse uma vez.: “Guardar magoa é como tomar veneno e esperar que o outro morra.”
Em parte, a frase do escritor inglês citado, é verdadeira. De fato, a magoa é como um veneno que mata seu detentor lenta e dolorosamente. Mas ao dizer que ela é como tomar um veneno esperando que o outro morra, a idéia passada é que a magoa é algo voluntário, opcional e criado intencionalmente para ferir seu “causador”. Na verdade, segundo o dicionário Houaiss,o que você faz intencionalmente para ferir, prejudicar quem te magoou é vingança.
A magoa não tem qualquer finalidade, mesmo assim é uma coisinha difícil de se desvencilhar, e que pode gerar o desejo por vingança, mas isso dependera do caráter de cada um, uma coisa não necessariamente levara a outra.
Mas, algo que é “tiro e queda” pra fazer a magoa aumentar é, ao invés de olhar nos olhos de quem te magoou e desabafar a sua decepção, destilar o veneno da magoa desabafando para outros sobre seus ressentimentos. E acredite, sempre vai ter alguém horrível o suficiente para se aproveitar da situação fazendo o serviço de “leva e traz” de acordo com o próprio interesse. O problema é que só tomamos consciência disso quando o estrago foi feito, quer dizer piorado.
A grande ironia da magoa é que quanto mais você gosta e confia na pessoa que te magoou, maior será a magoa pela decepção que essa pessoa te causou. Talvez até a magoa seja a porta de entrada do ódio, e esse seja tão somente o amor que apodreceu.
Nesse caso a única esperança é que o tal amor do inicio não seja algo passível de apodrecimento, mas algo parecido com a descrição de Paulo apostolo no texto abaixo.:
"O amor é paciente, é bondoso; o amor não arde em ciúmes, não se orgulha, não é soberbo, não se porta com indecência, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade; tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" 1 Coríntios 13:4-7
A questão agora é será que nós, somos imunes ao orgulho, à soberba, à irritação ou à suspeita do mal?
Em suma, enquanto nós, seres humanos, formos suscetíveis a “moléstias do caráter” como o orgulho e o nosso comportamento nos leve a ao egoísmo de não amar o próximo como a nós mesmos, o nosso amor estará passível de apodrecimento e com isso as maldições do ódio e da magoa continuarão presentes e fazendo que cada vez seja mais difícil a arte de perdoar.
Essa postagem me fez lembrar do meu padrinho. Fiquei mais de dois anos sem falar com ele por coisa boba, tivemos uma discussão e o papo acabou(Ele estava errado). Ao longo do tempo ele tentava de qualquer forma falar comigo e eu o ignorava(Meu orgulho). Num belo dia de natal a meia noite todos se comprimentando, eu cheguei nele dei um abraço e disse: Tio, o passado não importa mais vamos viver o presente. Você é meu padrinho e não tem o pq disso. Hoje em dia ele é meu grande amigo. Parece até que não aconteceu nada. As vezes lembramos e damos risada. Temos que deixar o orgulho e a magoa de lado.
ResponderExcluirMuito bacana o seu comentario Marcos. Que bom que a sua história teve um final feliz.
ResponderExcluirPelo jeito no seu caso não teve nenhum maldito "leva e traz" néh? SORTUDO.
Verdade o caminho do perdão é cheio de espinhos mas leva a um jardim cheio de florês :-)
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