Num dia de natal meu pai me disse que prefere dar à receber presentes. Foi o suficiente para que eu começasse a caçoar e explorar (de brincadeira) meu querido velho, sob a alegação de "fazer lhe a alegria".
Porém, após a chocarrice que me é peculiar, intrigada com a declaração do seu Alê, quis saber por que meu pai achava melhor dar do que receber presentes. Ele me explicou de forma simples e sábia que só a vida poderia ter ensinado esse simpático senhor:
"Quem dá presentes é porque tem condições para isso. Quem esta a receber nem sempre tem condições de dar também. Por isso, acho melhor ter o suficiente para oferecer ao invés de receber."
É, tomei uma das mais importantes lições da minha vida. Não deixei de gostar de receber presentes, mas, independente da situação, hoje penso mais no que eu estou oferecendo do que naquilo que vou ganhar. E isso não é só com relação ao natal.
Infelizmente, como ninguém é perfeito, por vezes me decepciono com coisas ruins que dou às pessoas. Outras vezes, surpreendo os mais próximos dando presentes a quem "teoricamente" não merece. Quando um desses “surpreendidos” me interpela sobre o "aparente desperdício" eu conto essa história de natal.
Na maioria das vezes é muito difícil dar boas coisas a quem nos da o que é de pior. Outras vezes, é preciso ser cuidadoso para não retribuir o que é ruim na mesma moeda, ou dar uma preciosidade que aparentemente não temos...
Nessa hora eu lembro de uma frase de “MSN” da minha amiga Gabriela, "you get what you give", que basicamente traduz para o inglês a filosofia do meu pai, ou seja, "você dá o que tem".